Manual incentiva igualdade de gênero e direitos fundamentais das mulheres na política interna e externa naquele país. Aqui no Brasil, o projeto Diálogos Nórdicos promove debates e reflexões sobre o tema e os desafios atuais no cenário nacional
São Paulo, 12 de novembro de 2018. O Ministério das Relações Exteriores da Suécia acaba de lançar o “Manual de Política Externa Feminista”, que reúne experiências e métodos para se incentivar a igualdade de gênero e garantir os direitos fundamentais das mulheres na política interna e externa do país.

A Suécia tornou-se, em 2014, o primeiro governo a adotar uma política externa voltada para mulheres a partir de uma perspectiva sistemática de igualdade de gênero, como resposta à discriminação e à sistemática subordinação vivenciada por mulheres e meninas do mundo todo em seu cotidiano.
A política externa feminista sueca tem contribuído com o empreendedorismo e a contratação de mulheres de outros países, entre os quais, os da América Latina. Na Bolívia, por exemplo, a Suécia contribuiu para mais de 500 novos empregos (autônomos) para mulheres com poucos recursos.
No Chile, obteve apoio para a divulgação do tema por jornalistas chilenos e TVs daquele país ao promover informações sobre o seguro parental sueco e, em parceria com a organização Hay Mujeres, criou a rede “Embajadores Hay Mujeres” com a missão de envolver mais homens no ativismo de igualdade de gênero no ambiente de trabalho e a rede #HeforShe voltada para os gerentes da indústria.
Aqui no Brasil, as Embaixadas da Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega, junto com o Instituto Cultural da Dinamarca, integram o projeto Diálogos Nórdicos. Com 3 anos de duração, tem o objetivo de fomentar um diálogo intercultural compartilhando experiências, pesquisa e cultura dos países nórdicos no Brasil, sobre os temas: Gênero (2018), Transparência (2019) e Sustentabilidade (2020).
O Diálogos Nórdicos se propõe a ampliar a discussão frente aos desafios atuais do Brasil, envolvendo e inspirando os brasileiros e as brasileiras a partir de perspectivas, experiências e divulgação do que ocorre na região nórdica, líder mundial em relação à igualdade de gênero e representação das mulheres na política. A igualdade de gênero contribui para o avanço da vida social e profissional e para o fortalecimento da economia da região.
O manual (disponível neste link) indica que:
A economia global cresceria 26% se mulheres e homens fossem iguais na vida profissional;
Pesquisas mostram que a proporção da renda familiar gasta com o desenvolvimento das crianças aumenta significativamente quando as mulheres têm maior controle sobre os recursos da casa;
Se as mulheres pudessem cultivar nos mesmos termos que os homens, 100 milhões de pessoas evitariam passar fome;
Pesquisas mostram que as sociedades de gênero são mais pacíficas, e um número crescente de estudos indica que os processos de paz e acordos de paz que incluem mulheres e homens são mais sustentáveis.
Entre os pontos negativos que precisam ser combatidos mundialmente, são citados:
104 países têm leis que impedem as mulheres de trabalharem em determinados setores como mineração, manufatura, indústria da construção, energia, agricultura, água e transporte;
Em 18 países, os homens podem proibir legalmente as suas esposas de trabalharem;
9 países não têm leis que proíbem o assédio sexual no local de trabalho;
123 países não possuem leis sobre assédio sexual na Educação;
37 países não adotam leis que protegem as funcionárias grávidas de serem demitidas.
45 economias não têm leis para protegerem as mulheres contra a violência no lar.